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Bem vindo à Forja. Vamos falar de Política. Frias contra Moro e o Lavajatista.
A partir de um mal entendido no X-Twitter, surgiu um entrevero entre o Deputado Federal Mário Frias e o Senador Sérgio Moro. Tudo porque o Deputado deu uma resposta atravessada a um perfil autodenominado "LAVAJATISTA" e o Senador, que não tinha nada a ver com a conversa, ao ler levou-a para o coração e resolveu devolver na mesma moeda aquilo que lhe considerou ofensivo no comentário do Deputado, gerando réplicas e tréplicas pouco respeitosas aos dois.
O perfil "LAVAJATISTA" (@lavajatistabrasil7) afirmou que, antes de se pensar em 2026, referindo-se à próxima eleição para Presidente da República, é preciso que a direita derrote Bolsonaro.
Ao que Frias respondeu que o Lavajatista (falando diretamente com o perfil em questão) é o tipo de pessoa que defende dar poderes a juízes e promotores, resultando no atual estado de coisas, onde o Judiciário tem extrapolado suas funções para imiscuir-se nas questões políticas.
Moro, aparentemente sem ler a postagem original que deu margem à resposta de Frias, tomou a fala de Frias como uma afronta à força-tarefa que conduziu as investigações da Lava-Jato, dirigindo-lhe ofensas que foram rebatidas no mesmo tom.
Toda esta celeuma começou a partir da confusão que fazem quando usam o termo "lavajatista" para se referir a alguém, coisa que um longo artigo publicado na BBC News Brasil tenta esclarecer. A leitura do artigo da BBC é recomendada, guardando-se a devida ressalva quanto ao viés ideológico da matéria.
No entanto deixaram de abordar um terceiro tipo, o caso específico deste perfil a quem Mario Frias respondeu.
O tipo que se diz "lavajatista" e ao mesmo tempo se mostra um crítico feroz do Governo de Jair Messias Bolsonaro, é na verdade um dos muitos eleitores do extinto PSDB que ainda esperam a ressurreição do partido, agora mera carcaça sendo devorada pelos outros partidos do chamado "Centrão".
Às vezes chamados de "isentões", outras vezes de "intergaláticos", esses tipos que se dizem ser de direita, não se conformam que o PSDB tenha ficado com apenas 5% dos votos no primeiro turno das eleições de 2018, quando Bolsonaro foi escolhido como alternativa à volta do Partido dos Trabalhadores ao poder.
Eles esperavam que, com o impeachment da Dilma Roussef e a prisão de Luís Inácio da Silva, vulgo Lula, o caminho estivesse aberto para a retomada do poder pelo PSDB no ponto em que Fernando Henrique Cardoso o deixara. Mas a eleição de Bolsonaro frustrou seus planos.
Pior que isso! A rejeição ao PSDB mostrada nas urnas fez que eles passassem a odiar Bolsonaro, ao ponto de preferirem a volta do Lula em 2022 a verem Bolsonaro cumprindo um segundo mandato.
A oposição ferrenha deste grupo contra a reeleição de Bolsonaro em 2018, incitando aos eleitores deixarem de ir votar, foi um dos fatores fundamentais para a derrota do ex-Presidente pela diferença mínima de um milhão de votos (as abstenções somaram mais de 20 milhões).
E eles esperam que, destruindo a reputação do Bolsonaro, quem sabe o PSDB ainda volte para continuar o teatro onde foi interrompido em 2018 pelo fenômeno Bolsonaro.
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