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Bem vindo à Forja. Vamos falar de Política. Análise do vídeo do Lula.
As primeiras informações sobre como Luiz Inácio da Silva, o Lula, foi parar mais uma vez na mesa de operações do emérito Hospital Sírio-Libanês em São Paulo foram um tanto desencontradas. Inicialmente davam conta de que o Presidente vinha sentindo dores de cabeça durante a semana e na noite do dia 9 de dezembro foi levado às pressas à unidade do Sírio-Libanês em Brasília onde uma tomografia constatou uma hemorragia intracraniana e ele foi encaminhado para São Paulo.
Outra versão diria que o empresário Júlio Seripieri, dono da AMIL, num encontro fora da agenda na tarde daquele dia teria notado que Lula não parecia bem, no que informou ao cardiologista Roberto Khalil e este acionou à médica da Presidência Ana Helena Germoglio, que por sua vez recomendou que fosse levado ao Hospital para exames. As duas versões evidentemente não são excludentes entre si.
Fato é que no meio da madrugada o avião Presidencial pousou no aeroporto em São Paulo e o Presidente passou por uma cirurgia de emergência para drenagem e limpeza do hematoma causado pelo sangramento interno. Três dias depois, Lula foi submetido a uma segunda intervenção, classificada como complementar à primeira pelo Doutor Khalil. Tratou-se de fazer a embolia da artéria meníngea para impedir que esta voltasse a se romper. No mesmo dia à noite deu-se a retirada do dreno posto preventivamente até que o problema da artéria fosse resolvido.
Nesse ínterim, em meio informações incompletas, nas redes sociais formaram-se torcidas antagônicas, entre os que desejavam a pronta recuperação do Presidente e os que esperavam que Lula não voltasse a exercer o cargo. Houve muita especulação sobre a extensão e a gravidade do caso, fazendo que se acirrassem as discussões, embora os médicos envolvidos nos procedimentos insistissem que não fora nada grave, porque agiram a tempo de evitar o pior.
Na manhã desta sexta-feira, dia 13 de dezembro, para confirmar as declarações dos médicos, foi publicado um vídeo no qual o Presidente completamente lúcido e aparentando bom humor fez uma curta caminhada pelo corredor da UTI acompanhado do neurocirurgião Marcos Stavale. O vídeo com cerca de 35 segundos registra também um breve encontro com a Primeira Dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, no meio do corredor.
ANÁLISE DO VÍDEO.
O Presidente sai da sala da UTI amparado no braço do Doutor Stavale, mas logo se desvencilha e trata de caminhar sozinho, com desenvoltura, para mostrar autonomia. Lula sabe muito bem usar a câmera a seu favor de modo que nunca olha diretamente para o cinegrafista, aparentando naturalidade.
Em dado momento Lula olha para a direita e parece contrariado. Acontece aí o primeiro de cinco cortes colocados em transição suave para dar a sensação de continuidade. Neste momento é possível que algum desavisado do staff do Hospital tenha saído de uma das salas adjacentes ao corredor, ameaçando cruzar a frente da gravação.
Voltando ao ponto em que houve o corte, dão mais alguns passos e Lula brinca pedindo que sirvam um cafezinho ao médico. Há o segundo corte, quando então mostram Lula, o Doutor e a Janja conversando animadamente no meio do corredor. Outro corte, os três andam em direção à câmera e há um rápido close do Lula.
Mais um corte e vê-se uma outra tomada onde Lula passeia novamente com o Doutor pelo início do corredor, revelando que a caminhada teve mais de uma ida e vinda. Nesta segunda passagem pelo corredor Lula parece fazer questão de olhar para o piso, baixando a cabeça como que para mostrar o curativo que lhe cobre quase a metade do frontal, no lado esquerdo.
Um último corte leva a uma vista dos dois de costas se dirigindo ao fim do corredor. Ouve-se a voz da Janja dizendo que ele está andando mais rápido que o Doutor. Lula cumprimenta um funcionário parado em uma das portas e seguem até o final do corredor onde param e conversam entre si.
Chegamos assim ao fim da exibição. Todos os movimentos no vídeo, as tomadas, as edições, tudo, parecem ter sido meticulosamente estudados.
No close, conforme mostrado no print que ilustra este artigo acima, é possível ver bem o curativo no topo da cabeça e dois pequenos pontos escuros e simétricos na testa do Presidente, provavelmente causados pelo suporte usado para imobilizar a cabeça do paciente durante uma craniotomia, semelhante ao aparelho mostrado na imagem meramente ilustrativa abaixo.
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