Ouça a Narração
Bem vindo à Forja. Vamos falar de Justiça. O PowerPoint do Alexandre.
Em 2016 um jovem Procurador da comarca de Curitiba deixou-se ofuscar pelos holofotes da fama recém adquirida e convocou uma coletiva de imprensa afirmando que finalmente apresentaria as provas cabais das acusações que pesavam contra o então ex-Presidente Luiz Inácio da Silva, vulgo Lula, conforme sustentadas por aquela Procuradoria.
A Forja de Hefestos acompanhou na época a apresentação desastrada de um PowerPoint onde diversos temas genéricos se conectavam para finalmente convergirem ao nome do acusado.
Quem tiver curiosidade pode ler os artigos escritos a respeito onde manifestamos aqui nossa opinião, primeiro sobre a apresentação e depois sobre a realização, seis anos depois, das consequências que previmos. Veja nos links abaixo.
É curioso como no Brasil a história tem o condão de se repetir num relativamente curto espaço de tempo. Novamente temos outro ex-Presidente sendo acusado de crimes para os quais a força tarefa formada para investigar não consegue apresentar provas concretas de sua efetiva participação.
E novamente recorrem a expedientes pouco ortodoxos para demonstrarem suas teses ao público, a quem provavelmente consideram estúpido o bastante para cair em esparrelas.
Daquela vez pelo menos eles tinham os crimes cometidos para apresentar, devidamente documentados, acompanhados de delações e confissões que confirmavam a existência de um conluio criminoso, embora não pudessem demonstrar cabalmente onde tais crimes se conectavam para chegar ao principal acusado.
Agora sequer conseguem demonstrar que algum crime tenha sido cometido, enquanto inferem a culpa das supostas intenções de cometer um crime, baseados em ilações deduzidas da existência de uma minuta apócrifa sem nenhum valor legal em um julgamento. Um texto que qualquer um poderia ter escrito, até mesmo com o objetivo de criar embaraços a outrem. Conseguem provar no máximo que alguém, não sabem quem, escreveu uma série de bobagens sobre um possível golpe de Estado que nunca aconteceu.
Mas a narrativa que apresentaram esta semana, aproveitando a presença de jornalistas do mundo inteiro no Brasil para cobrir a cúpula do G20, evidentemente visando causar estardalhaço e comoção mundial em torno de suas investigações, é de muitas maneiras muito pior que o PowerPoint que anos depois levaria à cassação do mandato ao qual o antigo Procurador foi legitimamente eleito.
Segue porém a mesma lógica do espetáculo, apresentado com o objetivo de encobrir as limitações técnicas dos investigadores em encontrar evidências que provem de uma vez por todas suas teses mirabolantes. Certamente usaram de muita criatividade para redigir o roteiro rocambolesco digno de um filme, mas faltou-lhes originalidade.
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