POLÍTICA - QUEM VENCEU AS ELEIÇÕES?

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Bem vindo à Forja. Vamos falar de eleições. Quem venceu?

Fim das eleições municipais 2024 e começam as discussões sobre quem ganhou e quem perdeu. Há quase um consenso entre os analistas de que a mais prejudicada foi a esquerda, porque perdeu muito de sua influência nas capitais e também nas principais cidades periféricas com mais de 250 mil habitantes. Por sua vez a esquerda se dá por satisfeita por entender que poderia ter sido pior. O quadro que se apresentava não era nada favorável e as alianças de última hora com partidos do centro impediram um desenlace desastroso.

Devido às alianças de parte a parte, no fim o centro aparenta ser o que se saiu mais fortalecido dessas eleições. De onde fica a dúvida na cabeça dos eleitores sobre como ficaram os extremos no fim da disputa.

O centro do espectro político brasileiro deve ser o mais confuso para quem tenta entender o comportamento dos partidos e de seus representantes. O caráter ideológico numa eleição municipal em geral se torna um ingrediente secundário, uma vez que Prefeitos e Vereadores não tem poder para interferir diretamente nas ações do governo federal, vá ele para que lado for.

O chamado "Centrão" é composto em sua maioria por partidos satélites alijados das principais disputas majoritárias e em geral sobrevivem das alianças que fazem, apostando na vitória de um ou de outro lado, entre os que realmente tem cacife para competir de igual para igual nas grandes eleições federais.

Os políticos destes partidos de centro nem sempre se posicionam ideologicamente à esquerda ou à direita e transitam de um lado para o outro, ao sabor dos ventos soprados por quem estiver no poder.

E é aí que reside o problema quando se quer quantificar se quem se sobressaiu nestas eleições foi realmente a direita, a partir da constatação de que a esquerda ficou nitidamente enfraquecida. Será que a direita venceu?

Levando-se em conta o caráter inconstante dos partidos de centro, que tendem a se alinhar com quem tem as chaves do cofre, sabendo-se que no momento as chaves estão com um representante da esquerda, é difícil afirmar com convicção que a direita esteja em uma posição mais confortável que antes.

Mais fácil seria admitir que o país se encontra na mesma situação em que se encontrava no final das eleições de 2022, ou seja, dividido praticamente ao meio, mas agora com uma leve vantagem para a direita. O que vai realmente definir o valor destas últimas eleições para um lado ou para o outro será a disposição dos partidos de centro em honrar os compromissos assumidos nas alianças que fizeram para emplacar seus candidatos.

Se nas eleições de 2026 acontecer de honrarem os acordos de apoio mútuo, aí sim, poderemos dizer que a direita saiu-se vencedora agora, uma vez que a grande maioria dos que ocuparão as assembleias legislativas municipais e prefeituras a partir do ano que vem só se elegeram porque declararam alinhamento com os valores conservadores nos costumes e liberais na economia defendidos pelo principal representante da direita no Brasil.

Mas, no Brasil, onde os políticos tem o hábito de dizer uma coisa na campanha eleitoral e fazer exatamente o oposto durante o mandato, agindo de acordo com seus próprios interesses pessoais, nós teremos de esperar os acontecimentos antes de bater o martelo sobre quem realmente venceu estas eleições.