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Bem vindo à Forja. Vamos falar de Política. Elon Musk é insubestimável.

Ao longo de sua vitoriosa carreira empresarial Elon Musk precisou muitas vezes enfrentar organizações políticas poderosas, capazes de influenciar a economia no mundo inteiro para o bem ou para o mal. Muitos de seus projetos esbarraram em limitações impostas pelo ordenamento estatal e ele teve de agir politicamente para contorná-los. Fez conseções em alguns casos, mas na maioria das vezes conseguiu a vantagem que precisava. Ou ele não seria o homem mais rico do mundo.

O embate político está longe de ser uma novidade para Musk e todos os que travaram negociações com ele concordam que se trata de um empresário ao qual não se deve subestimar.

Ao ser confrontado com uma pergunta retórica, Alexandre de Moraes escolheu o caminho do enfrentamento direto, o que se revelou um erro estratégico. De Moraes não está acostumado a ser contestado. O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) tem um martelo na mão e trata a todos como se fossem pregos. Mas se enganou em relação a Elon Musk.

A verdade é que a pergunta feita por Elon Musk deixou o Ministro do Suprema Tribunal Federal com poucas opções.

Afinal, por que Alexandre de Moraes insiste em promover a censura contra as redes sociais, atrapalhando com isso os negócios de Elon Musk no Brasil?

Alexandre poderia ter dado a resposta padrão que sempre funcionou aqui no Brasil, de estar agindo para salvar a "democracia" dele. Mas pode ter imaginado que alguém que vive em uma verdadeira Democracia estranharia esta resposta.

Poderia ter ressuscitado o velho jargão atribuído a Jânio Quadros, o primeiro Presidente brasileiro a cair na Guerra Fria: "Fi-lo porque qui-lo" e completar "você não pode fazer nada a respeito". Aí então estaria implícita uma aposta. E se Elon Musk pudesse fazer alguma coisa a respeito?

Talvez pensando nestas possibilidades, Alexandre de Moraes resolveu não pagar para ver e escolheu o confronto direto mediante uma bravata que sempre funcionou para intimidar seus potenciais opositores aqui no Brasil. O Ministro incluiu o empresário americano no seu inquérito particular de estimação, pelo crime de ter feito uma pergunta incômoda no X-Twitter.

A reação escolhida pelo Ministro da Suprema Corte (a quem os norte americanos se referem como se fosse juiz, sem saber que ele é só um advogado nomeado para um cargo que tem poder de arbitrar) foi entendida mundo afora como uma resposta direta à pergunta. Como consequência Alexandre foi chamado de ditador por vários canais da mídia internacional.

Talvez fosse melhor que tivesse escolhido a segunda opção: "fi-lo porque assim o quis". E aí não sobraria espaço para ilações. Assim fez porque lhe deram poder para agir assim. As cartas estariam postas abertamente na mesa, para Elon Musk decidir o que poderia se seguir à pergunta.

Da maneira como foi feito, querendo dar um verniz de legalidade e mostrar autoridade, De Moraes subestimou a capacidade de Musk em usar a lei vigente aqui no Brasil a seu favor. E ele tem se mostrado muito bem assessorado, como sempre foi nos inúmeros casos em que precisou apelar ao escopo da lei em seu favor.

Acostumado com os embates legais e políticos que permearam sua bem sucedida trajetória, Elon usa com maestria os artigos da LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014, chamada de "Marco da Internet", e as demais leis feitas para proteger a liberdade de expressão aqui e encurralou o "juiz" que agora ficou sem opções, senão recrudescer sua posição e confirmar a suspeita que paira sobre o direito no Brasil, de que vivemos sob uma ditadura.

Alexandre se expôs e agora não sabe o que fazer. Esta batalha já lhe parece perdida.

Mas ainda faltam ser revelados os motivos que levaram um Ministro da Suprema Corte a assumir tantos riscos, antes mesmo de se inteirar do potencial de quem teria de enfrentar. Todo o mundo quer saber afinal de onde vem seu poder.

É o que veremos nos próximos capítulos. Ou não. O futuro próximo dirá.