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Bem vindo à Forja ... Vamos falar de Justiça - Por que Lula Está Solto?
Entre 1994 e 1998, quando o PSDB de Fernando Henrique Cardoso venceu as eleições presidenciais sem dar chance de segundo turno aos demais candidatos, o Partido dos Trabalhadores surpreendia pelo tamanho da base eleitoral que havia construído, tendo a maioria dos eleitores no Norte e no Nordeste e também eleitores das faixas mais pobres no Centro-Oeste e Sudeste sob cabresto.
Nas duas eleições Lula recebeu em média o apoio de 30% do total de eleitores do país, se consolidando como a segunda maior força política depois do PSDB que ainda surfava na onda do sucesso do Plano Real.
Para vencer ao PSDB, primeiro o PT precisaria chegar ao 2º turno. Ajudado pela teimosia de Fernando Henrique Cardoso em indicar o inexpressivo José Serra para a sucessão, no 1º turno de 2002 o PT atingiu a marca de quase 47% dos votos, aumentando sua base eleitoral.
Em 2006, com Lula no auge da popularidade, o PT teve 48% dos votos válidos no primeiro turno. Ainda na esteira da popularidade do Lula, o apoio da base do PT caiu pouco em 2010, chegando a 46% na eleição de Dilma Roussef, concorrendo novamente contra o insípido José Serra.
Ao mesmo tempo a base de apoio do PSDB desidratava chegando a 32% em 2010. Recuperou um pouco do apoio com as denúncias de escândalos contra o PT, mas não chegou a 34% em 2014. Foi então que o improvável aconteceu.
Jair Messias Bolsonaro ganhou em 2018 alcançando 46% dos votos no primeiro turno, enquanto o PT de Fernando Haddad, com Lula preso e Dilma afastada por impeachment, voltou aos mesmos 30% do começo. O PSDB com Geraldo Alckmin não chegou a 5%, ficando atrás do PDT de Ciro Gomes. O PSDB estava morto.
Somente a aristocracia socialista de Brasília ainda acreditava no PSDB. Iniciaram os procedimentos de ressuscitação do partido já no primeiro dia do governo de Bolsonaro. A imprensa cooptada batia em qualquer medida do governo, não importando se boa ela fosse ou quais os resultados. Para ressuscitar o PSDB precisavam destruir Bolsonaro.
Próximos a campanha para a reeleição de Bolsonaro, tentaram achar um nome que rivalizasse com a popularidade do Presidente para levar o pleito ao segundo turno. Buscavam desesperadamente um nome para essa "3ª via", mas não emplacaram ninguém.
Com o PSDB na UTI, só restou um partido com base eleitoral forte o bastante. E este era o Partido dos Trabalhadores. Mas o PT não aceitava qualquer candidato. Tinha que ser o Lula. Chegaram a um acordo.
Por isso que o soltaram.
O nome de Alckmin imposto como Vice na chapa do Lula dava uma pista da verdadeira intenção por trás do esquema. A empreitada era difícil.
O PT entrou com sua base de 30%. Se o Alckmin conseguisse trazer os 5% que conseguira em 2014 já teriam 35%. Com os votos dos partidos satélites que sempre apoiaram ao PT chegariam talvez aos 40% do total de eleitores.
A antiga base da classe média intelectualizada do PSDB entrou em cena com campanha massiva pela anulação dos votos em favor de uma "3ª via" que nunca existiu. Eram os "isentões".
Assim Lula foi eleito com 39% do total de votos possíveis, enquanto Bolsonaro alcançou 37% dos eleitores. Os votos brancos, nulos e abstenções atingiram 24% do eleitorado. Só em Sâo Paulo 8 milhões deixaram de votar. Bolsonaro perdeu por uma diferença de 2 milhões de votos.
Lula não foi solto porque houvesse alguma dúvida quanto a sua culpabilidade nos esquemas de corrupção. Mas porque precisavam de alguém que tivesse uma base eleitoral que rivalizasse com a de Bolsonaro, ou o PSDB estaria condenado para sempre. E o Partido dos Trabalhadores é o único que sempre contou com este curral eleitoral.
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