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Bem vindo à Forja. Vamos falar de, JUSTIÇA - PONTO DE INFLEXÃO.
O STF deu por encerradas as investigações do Mensalão, sem buscar a origem dos recursos necessários para a compra de mais da metade dos parlamentares no Senado e na Câmara, coincidindo o encerramento das investigações com a reeleição de Lula.
O cidadão politizado que acompanhava o curso dos acontecimentos sentiu um gosto amargo na boca. Não seria desta vez que ele veria ser desbaratada a grande quadrilha que se apossou do poder em Brasília.
Então uma rotineira investigação de lavagem de dinheiro nos postos de gasolina do Paraná encontrou "por acaso" uma Range Rover na garagem de um diretor no alto escalão da Petrobrás e deu início a descoberta do maior caso de corrupção da história.
A esperança reacendeu no coração daquele cidadão politizado e bem informado que clamava por justiça, na medida em que cada fio da meada puxado nas investigações se aproximava dos poderosos donos do poder.
Finalmente Lula e a maioria de seus assessores mais próximos foram presos. Deputados, Senadores, Ministros de Estado, todos os envolvidos no escândalo foram devidamente entregues a Justiça e o país parecia respirar aliviado.
O que então poderia dar tão errado para que chegássemos ao ponto que nos encontramos hoje, com a volta de todos eles a cena do crime?
Várias situações, que pareciam desconectadas entre si, nos trouxeram até aqui.
Mas é preciso destacar um crucial ponto de inflexão.
Durante a votação do impeachment da Dilma, o Senador invetigado no Mensalão e então Presidente do Senado Renan Calheiros abriu mão de sua prerrogativa constitucional e, numa clara tentativa de intimidar aos Senadores também envolvidos em investigações, entregou a direção das sessões a um Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Essa estratégia não conseguiu impedir o impeachment, mas assistimos ao Ministro Ricardo Lewandowski decretar que a Presidente afastada não perderia seus direitos políticos, rasgando pela primeira vez a Constituição Federal.
Aquele cidadão politizado e bem informado se conformou com o desfecho do caso e não deu maior importância ao que havia acontecido.
A grande reviravolta aconteceria pouco depois, quando o Ministro do STF Teori Zavascki, o responsável por validar as ações da Lava-Jato, morreu vítima de um estranho acidente aéreo.
A partir daí, o Ministro Edson Fachin assumiu os processos que estavam a cargo do Teori. Foi Edson Fachin quem soltou Lula, anulando tudo o que havia sido validado por seu antecessor, para torná-lo elegível de novo.
A soltura do Lula por si já seria motivo suficiente para aquele esperançoso cidadão que acompanhava os acontecimentos se sentir decepcionado, mas os desdobramentos da morte de Teori Zavascki não pararam por aí.
A vaga de Teori Zavascki no STF foi preenchida por um advogado até então desconhecido da maioria do público, nomeado por Michel Temer, que por sua vez substituiu Dilma Rousseff depois do impeachment, mostrando o quanto tudo está conectado.
É este até então desconhecido advogado nomeado por Michel Temer que tem transformado a vida do pacato cidadão politizado e bem informado num verdadeiro inferno através de perseguições e cerceamentos de liberdades fundamentais que eram garantidas pela Constituição Federal antes desse encadeamento de eventos se iniciarem lá atrás.
Tudo porque o cidadão que assiste atônito os rumos dos acontecimentos desde o começo ousa usar suas redes sociais para clamar por uma justiça que infelizmente já não existe mais.
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