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Bem vindo à Forja. Vamos falar de Justiça. O uso Político do Caso Marielle.
Após seis anos de investigações truncadas, as autoridades responderam a grande pergunta que ainda pairava sobre o Caso Marielle Franco.
Afinal quem mandou matar Marielle?
A vereadora do Rio de Janeiro foi vítima de execução brutal que tirou também a vida de Anderson Gomes, o motorista do carro onde estavam com uma assessora da parlamentar em março de 2018.
Ainda resta esclarecer o real motivo do assassinato, e isso pode levar a expor as quadrilhas de políticos que lotearam o Rio de Janeiro há mais de uma década e hoje brigam entre si pelos espólios deixados pela extinta Lava-Jato.
Desde a delação de Ronnie Lessa, a versão de que se tratava de uma disputa entre mílicias pelo controle de áreas específicas da Zona Oeste do Rio deixou de fazer sentido. Por que milicianos contratariam um matador de aluguel para fazer o serviço que eles mesmo poderiam fazer?
Ronnie Lessa disse tratar-se de um grupo poderoso de políticos que não estaria satisfeito com Marcelo Freixo. A execução de uma pessoa próxima a ele seria um recado direto de intimidação.
Denúncias feitas por Marcelo Freixo prejudicaram ex-integrantes do Governo do Estado do Rio de Janeiro, alimentando vários desdobramentos da Lava-Jato que levaram à prisão o Governador Sérgio Cabral e seu Vice, Luiz Fernando Pezão e o próprio mandante apontado por Lessa, Domingos Brazão.
Os termos da delação suscitam perguntas que ainda precisam de respostas.
- Se foi um recado para Marcelo Freixo, ele não deveria tomar ciência do recado?
- Se o Deputado sabia que era um recado, não deveria saber quem mandou o recado?
- Então por que se insistiria na tese da disputa entre milicianos?
Talvez o recado tenha surtido o efeito desejado e Marcelo Freixo tenha se sentido intimidado, ao ponto de permitir que os rumos das investigações fossem deturpados.
Sabe-se que o então Deputado Estadual pelo PSOL (hoje filiado ao PT), ganhou projeção em 2008 ao presidir a CPI das Milícias na Câmara Estadual do Rio de Janeiro e que o "combate às milícias" sempre foi sua principal bandeira eleitoral, desde a morte do irmão, executado por milicianos.
No ano da covarde execução da Vereadora do PSOL, também foi ano eleitoral para Freixo que concorria ao cargo de Deputado Federal pelo Rio de Janeiro. A alegada ligação do caso com as milícias poderia lhe render votos, se fosse bem explorada, como foi.
A família de Marielle, inclusive a irmã Aniele Franco, hoje Ministra da Igualdade Racial (Ministério que não existia e foi criado sob medida para ela) se deixou envolver de tal maneira pelas narrativas políticas criadas em torno do caso, que chegaram a se mobilizar pessoalmente para que a investigação não fosse parar nas mãos da Polícia Federal, atrasando inadvertidamente a solução do caso em mais de quatro anos.
Parecia bom para todos que seguissem na linha de investigação equivocada indicada por Rivaldo Barbosa, Delegado e Chefe de Polícia Civil na época do crime, preso sob a acusação de acobertar os verdadeiros mandantes mediante fraude processual.
Direta ou indiretamente, todos tinham interesse em explorar a susposta implicação do nome do então candidato a Presidência da Repúbica Jair Messias Bolsonaro, que também concorreria naquele ano, tentando prejudicá-lo com narrativas baseadas em uma descabida acusação dele ter envolvimento com as mílicias do Rio de Janeiro desde a época em que ainda era Deputado Estadual. As mesmas narrativas foram usadas em 2022, durante a campanha pela reeleição.
Muita gente ganhou com os desvios da investigação.
Em agosto do ano passado o Intercept Brasil publicou uma série que já desvendava tudo o que agora se tornou claro. (clique no nome Intercept Brasil para ser direcionado à matéria).
Todos já sabiam, desde 2019, quem havia mandado matar Marielle. Só os que lucraram muito com a desgraça da jovem não admitiram a verdade.
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