Bem vindo à Forja. Vamos falar de Justiça. Correndo contra o tempo.
Em 1992, quando o então Presidente Fernando Collor sofreu o impeachment, Fernando Henrique Cardoso sob o Governo de Itamar Franco assumiu o Ministério da Fazenda e só precisou de dois anos para superar a ampla preferência da população por Lula, que apoiou e se tornou principal articulador do impeachment do Collor. Como todos sabem Fernando Henrique Cardoso venceu a eleição de 1994 e foi reeleito em 1998, ambas eleições vencidas no primeiro turno.
Em 2016, quando Dilma Roussef foi afastada e Michel Temer assumiu, Jair Messias Bolsonaro usou os dois anos seguintes para mudar a cabeça do eleitor que queria votar no PSDB, principal opositor do governo petista e mentor intelectual do impeachment da Dilma. O fenômeno Bolsonaro destruiu o sonho do PSDB de voltar em grande estilo. O partido do Alckmin foi derrotado no primeiro turno, ficando só com 5% dos votos.
Dois anos se tornou o tempo cabalístico que um candidato precisa para reverter tendências e se consolidar na preferência do eleitorado com vistas à próxima eleição.
Se é verdade que há por trás da eleição de Luis Inácio Lula um plano para que o PSDB renasça das cinzas, através de seu preposto colocado na Vice Presidência para assumir depois do provável afastamento do Lula, é preciso que este plano seja posto em prática logo. Lula já está prestes a completar seu segundo ano de mandato. Não parece, mas 2024 está às portas. No meio político o tempo voa.
O grande problema deste plano mirabolante é que Geraldo Alckmin não tem estofo moral para garantir que em dois anos seja capaz de reverter a vontade do povo que quer votar de novo em Jair Bolsonaro.
Mesmo que Alckmin assuma o governo e implemente medidas econômicas liberais semelhantes às de Paulo Guedes salvando o Brasil do buraco no qual o PT invariavelmente nos coloca, ainda assim nada apagará dele a imagem do traidor da Pátria, alguém que se aliou ao inimigo em benefício próprio.
Ademais para que um candidato do rejeitado PSDB tenha alguma chance de concorrer e vencer em 2026, eles acreditam que Bolsonaro precisa ser tirado do páreo, o quanto antes. Senão levarão outra surra como a de 2018.
DAÍ SE ENTENDE A CORRIDA CONTRA O TEMPO!
Fica claro o porquê de um processo de inelegibilidade que costuma durar anos ter se concluído em poucos meses. Também essa perseguição midiática contra o ex-Presidente, alimentada por volumosas cotas de publicidade nos principais canais oficiais da imprensa. E as tentativas de imputar-lhe algum crime, até por importunar uma baleia, que seja. Querem por todos os modos equipará-lo a um criminoso condenado que chegou à Presidência sem que ninguém entenda como.
Todos estes processos tem por objetivo minar a popularidade de Bolsonaro e fornecer munição a quem concorrer contra ele, caso consiga reverter a inelegibilidade.
Desesperados, já há pessoas ligadas ao PSDB que assumem abertamente em declarações e artigos de jornais que Bolsonaro precisa ser preso logo, o quanto antes. Esses querem entender mais de interpretação da lei que o próprio Alexandre de Moraes, principal interessado na destruição do mito de Bolsonaro.
Ou alguém acha que se o Ministro tivesse indícios de crime minimamente suficientes já não o teria preso há tempos?
Lula por sua vez, paradoxalmente faz discursos agressivos para manter acesa a memória e a ameaça de Bolsonaro, mesmo quando recebeu ordens expressas, repassadas por seus assessores, de parar de falar o nome do Bolsonaro.
O mandatário sabe que no dia que conseguirem destruir a popularidade do Bolsonaro, seus dias na Presidência estarão contados. Então ele precisa manter viva a lembrança de que ele ainda é o único que pode concorrer contra Bolsonaro e vencer.
Enquanto isso, Alckmin nem liga para o que Lula pensa e já está no aquecimento.