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Lula festeja mas sabe que o motivo que o levou a presidência se tornou descartável com a inelegibilidade de Bolsonaro.
Recentemente notícias vindas de países na América Latina mostram que a prática comum aos ditadores vem sendo reeditada.
Toda ditadura começa pela cassação de mandatos e direitos eletivos dos cidadãos que tenham ideias contrárias ao regime.
Na Nicarágua em 2021, sob alegação da pretensa "defesa da democracia", Daniel Ortega, ditador sanguinário que tem o poder judiciário sob seu controle e manda executar seus opositores mais incisivos, determinou a cassação e a prisão de 7 pré-candidatos da oposição e concorreu sozinho a reeleição. Além disso, outros 39 foram presos entre políticos, agricultores, empresários, jornalistas e estudantes. Também cassou 3 partidos políticos e cancelou os registros profissionais de 25 advogados chamados de "traidores da pátria" apenas por oferecerem seus serviços em favor dos presos.
Da mesma forma, na Venezuela a perseguição aos opositores do regime já deixou mais de 5.000 mortos e outros tantos foragidos vivendo na clandestinidade segundo relatório da ONU publicado em 2019. Henrique Capriles que concorreu contra Maduro em 2013 e perdeu por apenas 2% dos votos foi tornado inelegível por 15 anos. Prefeitos e Governadores que ousam levantar suas vozes contra o governo são cassados e presos, ou ainda pior, são emboscados e assassinados pela Força Nacional Bolivariana sempre com a justificativa de atos de resistência a prisão que nunca são investigados.
Aqui no Brasil caminhamos a passos largos em direção a um passado que pensávamos ter deixado para trás, mas que teima em nos assombrar como se não passássemos de mais uma dessas Repúblicas de Bananas que ouvimos falar e nos rimos sem saber que nós também fazemos parte deste rol de países sub-desenvolvidos, escória do mundo civilizado em todos os sentidos, inclusive no sentido moral. Dessa vez temos como protagonista o revanchismo dos remanescentes entre aqueles que foram perseguidos antes, mas os resultados ao fim serão os mesmos.
Que se cuidem os que agora riem da desgraça alheia, porque ao contrário do que pensam se trata da desgraça de todos. A inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro coloca Luis Inácio da Silva em alerta máximo, pois ele sabe que suas condenações foram anuladas apenas porque dependiam da máquina petista para fazer frente ao fenômeno Bolsonaro e ao crescimento do sentimento patriota que empurrou mais da metade da população brasileira para a direita do espectro político. Como condição para ser usado contra Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores impôs aos conspiradores a soltura de seu líder e assim foi feito.
Agora que Bolsonaro está supostamente fora do caminho, a aliança com Lula se tornou descartável e até indesejável sob vários aspectos. Lula pode ser cassado e expurgado pelos mesmos mecanismos fabricados que levaram a cassação dos direitos de Bolsonaro, porque não é ele quem detém o poder de fato. Lula sabe de tudo isso, tanto que já havia se manifestado contra a inelegibilidade de Bolsonaro, sabendo que precisa da sombra de Bolsonaro para ser mantido no poder.
Não é à toa que Lula tem cada vez mais se aproximado dos piores e mais sanguinários ditadores dentro e fora da América Latina, oferecendo um dinheiro que não é dele, adulando e emprestando favores, prometendo os mundos e nossos fundos. Sua esperança é que tais lideranças nefastas se juntem para socorrê-lo, talvez até enviando tropas e suportes para defendê-lo contra qualquer tentativa de golpe.
A roda foi posta a girar e os adversários políticos dos que querem tomar o poder, que é diferente de ganhar eleição, já estão sendo perseguidos, cassados e ameaçados de prisão. Logo chegará a vez dos apoiadores mais próximos de Lula para minar sua combalida base de sustentação política. Lula cairá, ou lutará com o apoio dos ditadores estrangeiros que depositaram suas esperanças no pacto que que fizeram no Foro de São Paulo.
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