LULA O CANDIDATO

A trajetória de Lula, de candidato por diversas vezes até chegar a Presidência pela primeira vez

  Depois de participar na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) * durante o processo de abertura ainda no Regime Militar, o sindicalista Luiz Inácio Lula, o da Silva, foi eleito Deputado Federal por São Paulo em 1986 com a mais expressiva votação da história, se tornando o principal nome para ser o candidato à Presidência da República pela legenda, o que aconteceu em 1989, quando se candidatou pela primeira vez e foi derrotado por Fernando Collor de Melo no segundo turno.

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Em 1992 a Executiva Nacional do PT promoveu comícios nas principais capitais do país pelo pedido de impeachment do Collor no que se tornaria o maior movimento popular desde as "Diretas Já", resultando na renúncia do então Presidente. Apesar de Fernando Collor ter renunciado, Luiz Inácio Lula foi considerado o principal articulador junto ao Congresso Nacional para que o processo de impeachment continuasse, o que se consumou em dezembro daquele mesmo ano.

O nome de Lula se saiu bastante fortalecido do processo de impeachment, gozando de grande aprovação popular e a Executiva do Partido dos Trabalhadores dava como certa sua eleição em 1994, quando terminaria o "mandato tampão" do Vice Presidente Itamar Franco. 

Mas, para surpresa de todos, no início de seus dois anos de mandato Itamar Franco conseguiu reunir a melhor equipe econômica da época sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, seu Ministro da Economia e já no início de 1993 lançou o Plano Real que debelou uma inflação que batia os 1000% ao ano.

O sucesso retumbante do Plano Real promoveu uma reviravolta histórica na configuração política da época resultando na eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994, derrotando Luiz Inácio Lula no primeiro turno das eleições, apesar da massiva contribuição em dinheiro da Odebrecht para a campanha eleitoral do petista. As contribuições da Odebrecht e da Brasken, outro braço da empreiteira formaram quase 60% de todo o dinheiro gasto na campanha para eleger o Lula.

De acordo com o depoimento de Antônio Palocci nos inquéritos da Lava-Jato nascera ali, naquele ano de 1994, a relação de amizade entre Lula e Emílio Odebrecht, dono da principal empreiteira do país. Palocci, braço direito e responsável por angariar fundos para as campanhas PT, disse na delação que a Odebrecht patrocinou todas as campanhas de Lula, não apenas através das doações oficiais mas principalmente com dinheiro não contabilizado através de caixa dois.

Lula se lançou mais uma vez candidato à presidência em 1998

Novamente com o apoio financeiro da Odebrecht e de outras empreiteiras que se juntaram à sua campanha, sendo derrotado de novo no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso.

Neste ponto os patrocinadores das campanhas de Lula se convenceram de que o maior obstáculo para a eleição de Lula não estava na popularidade de Fernando Henrique Cardoso e sim na causa desta popularidade: o Plano Real. Concluíram que continuar a injetar dinheiro nas campanhas de Lula enquanto o Plano Real fizesse sucesso seria jogar dinheiro fora.

Deliberaram então se juntar a banqueiros e outros empresários insatisfeitos com a estabilidade da moeda para injetar dinheiro nas contas de doleiros que fariam ataques especulativos contra a principal vulnerabilidade do plano econômico, derrubando a paridade artificial do câmbio com o Dólar, o que traria de volta o fantasma da inflação.

Assim, com a ajuda de empresários inescrupulosos e da mídia que repercutia o discurso que acusavam Fernando Henrique Cardoso de estar vendendo o Brasil ao imperialismo americano, Luiz Inácio Lula, o da Silva, conseguiu finalmente se eleger em 2002, derrotando o então Senador José Serra que fora indicado pelo PSDB para a sucessão de Fernando Henrique Cardoso.

Mas isso é história para outro artigo.

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