Ouça a Narração
Em setembro de 2016 nós avisamos:
Esse PowerPoint do Dellagnol vai dar ruim. Dito e feito.
Em setembro de 2016, quando o agora ex-Procurador da República Deltan Dellagnol fez a apresentação de seu fatídico PowerPoint, indicando o ex-Presidente Luiz Inácio Lula, o da Silva, (PT-SP) como o chefe e principal mentor da organização criminosa que dilapidou o patrimônio da maior empresa estatal brasileira no escândalo do Petrolão, a Forja de Hefestos publicou um artigo que custou a perda de vários seguidores do BLOG nas redes sociais tais como FACEBOOK e TWITTER, cuja confiança nunca mais conseguimos recuperar.
Passados seis anos desde aquela publicação com o sugestivo título "Ministério do Espetáculo" (*), Dellagnol está sendo condenado a pagar uma indenização estimada em mais de 100 mil reais àquele que foi o alvo principal de sua apresentação.Dizem os mais antigos que o tempo é o senhor da razão.
Na época a Forja sugeria que o então Procurador havia se excedido ao exercício de suas atribuições, promovendo um espetáculo midiático não condizente com o trabalho de uma investigação séria. Que, se o Ministério Público tivesse algo a dizer sobre o trabalho sob supervisão técnica do Procurador, que o fizesse nos autos do processo, endereçando suas conclusões diretamente ao Juiz responsável pelo julgamento do caso, com argumentos fundamentados em provas obtidas ao longo da investigação. O PowerPoint não se prestava a nenhum destes casos, como todos viram no desenrolar dos fatos.
Por razões óbvias, a apresentação sequer consta no apanhado dos autos do processo. Era só aquilo mesmo que se viu. Uma juntada de ilações, sem nenhuma justificação fática apoiada em qualquer documentação probatória. Um espetáculo midiático, de cunho absolutamente político, com vistas a abalar a aprovação popular do acusado na medida em que se aproximava a eleição para a Presidência da República.
A Forja continuou a perder seguidores, na medida em que apontava aparentes incongruências nos rumos da investigação da Lava-Jato, como no caso do Triplex que culminou na condenação de Lula em julho de 2017. Mas o quê fazer então?
O compromisso da Forja de Hefestos sempre foi para com a verdade, doa em quem doer.
No caso do Triplex, a defesa de Lula em momento algum contestou qualquer das provas apresentadas nos autos do processo, apenas se limitando a questionar a legitimidade da Justiça Federal em Curitiba prosseguir com o julgamento.
Nunca se provou a inocência de Lula em nenhuma das acusações contra ele mas, ao fim, o argumento do foro inapropriado apresentado pela defesa prevaleceu no julgamento da instância máxima do Supremo Tribunal Federal (STF).
Prevaleceu porque a defesa tinha razão, conforme apuramos e publicamos aqui no BLOG várias vezes ao longo do inquérito. O caso não poderia ser julgado por Sérgio Moro, porque não tinha nada a ver com a Petrobrás e a Lava-Jato teve o âmbito de suas investigações limitadas pelo colegiado do STF exatamente um ano antes do PowerPoint.
A insistência em se manter o vínculo forçado do Triplex com o caso do Petrolão foi o argumento principal da defesa que acusava ao então Juiz Sérgio Moro de parcialidade no julgamento, resultando na anulação da condenação de Lula. Até hoje não foi divulgado o teor do argumento da defesa, uma vez que a demonstração de que o Triplex nada tinha a ver com a Petrobrás redundaria na confissão de envolvimento em outro esquema, este com sede em São Paulo onde João Vaccari Neto, o principal envolvido no esquema, fora absolvido das acusações, apesar das robustas provas apresentadas. Talvez por isso o esforço em se manter o caso em Curitiba.
Fato é que, seja por incúria justificada apenas nos arroubos da juventude, por inexperiência ou dolosa má fé, Deltan Dellagnol agora colhe os frutos por uma exposição desnecessária, extemporânea e fora de propósito sob ponto de vista legal de um processo judicial. Enquanto Lula goza de liberdade, agora com mais alguns milhares de reais na conta para gastar na campanha eleitoral que já está em curso.
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