A base fundamental do Plano Real foi a credibilidade
Neste contexto, o que seria crédito afinal? Nada mais do que acreditar que o potencial indicado pela penca de documentos que você apresentou ao abrir a conta é verdadeira.
É redundante mas, para lhe dar crédito as pessoas precisam acreditar em você.
É redundante mas, para lhe dar crédito as pessoas precisam acreditar em você.
Toda a base de sustentação do Plano Real é essencialmente política e não econômica.
O Plano Real foi formulado em cima da credibilidade de seus autores. Toda a base do Plano Real é essencialmente política e não econômica. Quando o Plano Real foi implantado, o que aconteceu foi simplesmente a troca da indexação da economia pela inflação por uma indexação a partir do Dólar. Passou-se inicialmente a ideia de que cada Cruzeiro Real nosso poderia ser equiparado a cada centavo do Dólar, independente da inflação medida pelos índices oficiais de monitoramento da economia. Restava provar este ponto de vista. De uma maneira bastante simplista, o Governo só precisava convencer ao mercado internacional de que nosso país era rico o suficiente para sustentar a paridade do Dólar com a moeda nacional.
Ora, nós sabemos que o Brasil é um país riquíssimo em diversos setores da economia. Mas os países que tem relações comerciais conosco duvidam, não da nossa riqueza, mas da nossa capacidade em administrá-la. Para eles, não importa o quão rico sejamos, nossa tendência natural é de ser perdulários, do tipo que gasta dinheiro indiscriminadamente e que um dia, mais cedo ou mais tarde, estaremos em dificuldades financeiras porque gastamos demais com coisas sem importância, como o herdeiro de uma grande fortuna que decide gastar o dinheiro da família como se nunca pudesse acabar e não houvesse amanhã.
Mas no caso de uma nação do tamanho do Brasil há sempre um amanhã. Existem milhões de pessoas que dependem daquilo que o governo faz com as nossas riquezas. As ações dos governantes, no modo como encaram a riqueza, acabam por refletir na vida de todos nós.
O Plano Real veio para garantir que a partir de então o governo só gastaria o essencialmente necessário para o funcionamento da máquina administrativa e que quaisquer gastos fora desta necessidade seriam objeto de estudos exaustivos sobre a disponibilidade dos recursos. E o mercado acreditou nisso.
Mas como se fez para garantir ao mercado que haveria um compromisso com a austeridade nos gastos do governo?
Não havia uma fórmula mágica. O governo teria de sinalizar que estava disposto a seguir esta diretriz econômica com responsabilidade, desse no que desse. Começou então por cortar os gastos excessivos e por abrir mão de monopólios que de qualquer maneira, fossem administrados por quem fosse, trariam benefícios à população, quem sabe até com alguma vantagem. O governo permitiu a exploração de mercados até então tidos como privilégio exclusivo do Estado.
Além de demonstrar o comprometimento com o plano de desoneração do Estado, as privatizações serviram para formar o caixa necessário para a segunda etapa do plano: mostrar que o Brasil tinha uma previsão de recursos suficientes para que nossa moeda pudesse se manter equiparada ao Dólar por tempo indeterminado. Tudo isso era base de nossa credibilidade junto ao mercado.
O que o Partido dos Trabalhadores fez desde o começo foi renegar todas as promessas feitas ao mercado durante a implantação do Plano Real. Começou por se desfazer do caixa acumulado com muito sacrifício, ao pagar cedo demais nossa dívida com o FMI. No entanto nossas reservas, ainda que fossem suficientes para manter a credibilidade do plano, não davam para o pagar uma dívida que se arrastava ao longo de décadas. Então o PT completou o restante emitindo títulos públicos, aumentando em muito a nossa dívida interna. O país deixou de dever a um dos agentes externos, mas em contrapartida passou a dever ao próprio país, na medida em que o dinheiro emitido para o pagamento da dívida bem poderia ter sido usado em investimentos internos, que consolidassem os planos de crescimento. Como se alguém pudesse pedir dinheiro emprestado a si mesmo.
Depois, mesmo sem ter de onde tirar o dinheiro, veio o aumento de gastos do governo sem que houvesse qualquer estudo anterior sobre a possibilidade deles existirem.
Margareth Tatcher ensinou que governo nenhum no mundo produz riqueza. Os governos vivem daquilo que arrecadam de seus cidadãos. E que todo governo deve ter responsabilidade sobre aquilo que faz com o dinheiro que afinal não é dele, é do povo que paga seus impostos na esperança de receber em troca algum benefício. O contribuinte paga impostos por uma questão de credibilidade.
No entanto o PT ousou desafiar esta máxima, de que nenhum governo produz riqueza por si mesmo, tentando usar nossas empresas estatais para provar o contrário. Esquecendo que, qualquer empresa para se manter competitiva no mercado, precisa reservar uma parte de seus lucros para reinvestir em novas tecnologias e melhorar seus serviços, o PT usou e abusou dos lucros obtidos pelas estatais. Foi assim que a Petrobrás virou a menina dos olhos do atual partido no governo, e foi assim que ela foi arrastada de roldão para uma crise sem precedentes na história.
Por maior e mais rentável que seja uma empresa ela não pode arcar sozinha com a responsabilidade de sustentar um país com mais de duzentos milhões de habitantes, especialmente quando se gasta desbragadamente, sem um limite imposto pela razão.
Mas o PT apostou que a Petrobrás com seus campos de sal poderia, e vendeu caro esta ideia.
A atual situação econômica da Petrobrás e do país como um todo faz o mercado suspeitar fortemente de que o governo atual seja incapaz de cumprir aquilo que promete. E é esta falta de credibilidade, a falta da mesma credibilidade que estabeleceu o Plano Real, que decretou o fim de um plano econômico nacional que tinha tudo para dar certo.
Hoje o Plano Real tem tudo, menos credibilidade, isso desde há alguns anos.
Ora, nós sabemos que o Brasil é um país riquíssimo em diversos setores da economia. Mas os países que tem relações comerciais conosco duvidam, não da nossa riqueza, mas da nossa capacidade em administrá-la. Para eles, não importa o quão rico sejamos, nossa tendência natural é de ser perdulários, do tipo que gasta dinheiro indiscriminadamente e que um dia, mais cedo ou mais tarde, estaremos em dificuldades financeiras porque gastamos demais com coisas sem importância, como o herdeiro de uma grande fortuna que decide gastar o dinheiro da família como se nunca pudesse acabar e não houvesse amanhã.
Mas no caso de uma nação do tamanho do Brasil há sempre um amanhã. Existem milhões de pessoas que dependem daquilo que o governo faz com as nossas riquezas. As ações dos governantes, no modo como encaram a riqueza, acabam por refletir na vida de todos nós.
O Plano Real veio para garantir que a partir de então o governo só gastaria o essencialmente necessário para o funcionamento da máquina administrativa e que quaisquer gastos fora desta necessidade seriam objeto de estudos exaustivos sobre a disponibilidade dos recursos. E o mercado acreditou nisso.
Mas como se fez para garantir ao mercado que haveria um compromisso com a austeridade nos gastos do governo?
Não havia uma fórmula mágica. O governo teria de sinalizar que estava disposto a seguir esta diretriz econômica com responsabilidade, desse no que desse. Começou então por cortar os gastos excessivos e por abrir mão de monopólios que de qualquer maneira, fossem administrados por quem fosse, trariam benefícios à população, quem sabe até com alguma vantagem. O governo permitiu a exploração de mercados até então tidos como privilégio exclusivo do Estado.
Além de demonstrar o comprometimento com o plano de desoneração do Estado, as privatizações serviram para formar o caixa necessário para a segunda etapa do plano: mostrar que o Brasil tinha uma previsão de recursos suficientes para que nossa moeda pudesse se manter equiparada ao Dólar por tempo indeterminado. Tudo isso era base de nossa credibilidade junto ao mercado.
O que o Partido dos Trabalhadores fez desde o começo foi renegar todas as promessas feitas ao mercado durante a implantação do Plano Real. Começou por se desfazer do caixa acumulado com muito sacrifício, ao pagar cedo demais nossa dívida com o FMI. No entanto nossas reservas, ainda que fossem suficientes para manter a credibilidade do plano, não davam para o pagar uma dívida que se arrastava ao longo de décadas. Então o PT completou o restante emitindo títulos públicos, aumentando em muito a nossa dívida interna. O país deixou de dever a um dos agentes externos, mas em contrapartida passou a dever ao próprio país, na medida em que o dinheiro emitido para o pagamento da dívida bem poderia ter sido usado em investimentos internos, que consolidassem os planos de crescimento. Como se alguém pudesse pedir dinheiro emprestado a si mesmo.
Depois, mesmo sem ter de onde tirar o dinheiro, veio o aumento de gastos do governo sem que houvesse qualquer estudo anterior sobre a possibilidade deles existirem.
Margareth Tatcher ensinou que governo nenhum no mundo produz riqueza. Os governos vivem daquilo que arrecadam de seus cidadãos. E que todo governo deve ter responsabilidade sobre aquilo que faz com o dinheiro que afinal não é dele, é do povo que paga seus impostos na esperança de receber em troca algum benefício. O contribuinte paga impostos por uma questão de credibilidade.
No entanto o PT ousou desafiar esta máxima, de que nenhum governo produz riqueza por si mesmo, tentando usar nossas empresas estatais para provar o contrário. Esquecendo que, qualquer empresa para se manter competitiva no mercado, precisa reservar uma parte de seus lucros para reinvestir em novas tecnologias e melhorar seus serviços, o PT usou e abusou dos lucros obtidos pelas estatais. Foi assim que a Petrobrás virou a menina dos olhos do atual partido no governo, e foi assim que ela foi arrastada de roldão para uma crise sem precedentes na história.
Por maior e mais rentável que seja uma empresa ela não pode arcar sozinha com a responsabilidade de sustentar um país com mais de duzentos milhões de habitantes, especialmente quando se gasta desbragadamente, sem um limite imposto pela razão.
Mas o PT apostou que a Petrobrás com seus campos de sal poderia, e vendeu caro esta ideia.
A atual situação econômica da Petrobrás e do país como um todo faz o mercado suspeitar fortemente de que o governo atual seja incapaz de cumprir aquilo que promete. E é esta falta de credibilidade, a falta da mesma credibilidade que estabeleceu o Plano Real, que decretou o fim de um plano econômico nacional que tinha tudo para dar certo.
Hoje o Plano Real tem tudo, menos credibilidade, isso desde há alguns anos.
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