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Esportes - O Futebol Ainda é um Esporte Bretão

No esporte bretão, ganha quem conseguir ser mais bretão

jogadoras de futebol disputam a bola

Depois da derrota do Brasil pelo Paraguay continuei na frente da TV para assistir a partida entre Inglaterra e Canadá pela Copa do Mundo de Futebol Feminino que está se desenrolando agora no Canadá. Torci pelas anfitriãs mas no final tive de admitir que o futebol continua a ser um esporte bretão. E não somente pela Inglaterra ter vencido o jogo pelo placar de 2 a 1.

Mas pela disposição demonstrada pelas jogadoras dos dois times em divididas que as vezes beiravam a inconsequência. Vendo a quase truculência com que as mulheres em campo disputavam a posse da bola me fez lembrar dos tempos dos rachões nas ruas empoeiradas do meu bairro onde as velhas havahianas faziam as vezes de balizas para demarcar o gol.

Bretão é uma palavra que aos nossos ouvidos latinos parece traduzir força, obstinação, e  pode ser que muita gente se lembre de algum filme épico, com cenário na velha Inglaterra como "Coração Valente" estrelado por Mel Gibson ao ouvi-la. Para definir o futebol a palavra caiu em desuso na medida em que o rádio perdeu espaço para a televisão e os grandes locutores que contribuíram para a popularização do esporte com suas vívidas narrações dos lances saíram de cena. Locutores já falecidos como Jorge Curi, Waldir Amaral e Oduvaldo Cozzi quase que invariavelmente usavam a expressão "esporte bretão" nos comentários preliminares que antecediam aos jogos de futebol nas tardes de domingo.

Futebol é uma esporte onde o contato físico é parte do jogo, ainda que o drible vise evitá-lo. 

O futebol prima por ser um esporte onde o contato físico faz parte do jogo e muitas vezes a intensidade do contato entre dois jogadores pode definir uma partida. Em virtude dessa necessidade de contato, antigamente era comum ver times formados por brutamontes na linha de defesa enquanto os mais leves e mais velozes eram postados à frente no ataque. Assistir ao jogo feminino me fez lembrar dos jogos narrados na velha vitrola e, entre um lance mais ríspido e outro, comecei a imaginar se não seria isso que transformou o futebol na paixão nacional. Aqueles jogadores relativamente franzinos com a missão de ultrapassar a barreira de armários enquanto domam com os pés a vontade rebelde de uma bola, tendo o goleiro, o guarda metas, como último obstáculo para por fim alcançarem o objetivo do jogo.

Quando o contato é inevitável, vence quem consegue ser mais bretão.

Seria quase como uma reedição do duelo entre Davi e Golias, onde a emoção da plateia está dividida entre torcer pelo triunfo do pequeno Davi e a expectativa de ver Golias aplicar-lhe uma bordoada numa jogada mal executada. Há uma certa magia em ver a bola lançada com os pés descrever a curva perfeita que ludibriará o defensor para cair obedientemente diante do atacante que ainda precisará uma vez mais dominá-la, mostrar-lhe quem manda, antes de encaminhá-la ao descanso das redes.

Foi quando o choque entre duas jogadoras que deixou a canadense se contorcendo no chão me trouxe de volta ao objetivo do artigo. O futebol é um esporte bretão e deve ser jogado como os bretões. Um jogo rude na maior parte do tempo, com lampejos de rara beleza que, até por serem raros, encantam ainda mais ao público. Espetáculo é o conjunto de tudo o que acontece em campo durante os 90 minutos de jogo.

Penso que foi aí que o Brasil perdeu o foco. Quando achou que espetáculo são só os lances sensacionais, aqueles que somente alguns excepcionalmente dotados, capazes de ver o jogo como quem assiste de fora a uma partida de xadrez, estão habilitados a repetir. Mesmo quando há um mágico desses em campo, coisa que no Brasil tem se tornado cada vez mais difícil acontecer, a prestidigitação que encanta a plateia só acontecerá quando os assistentes de palco cumprirem sua parte no show.

Uma seleção onde todo mundo quer roubar a cena dificilmente chegará a algum lugar. E nisso alguns dos jogadores que perderam a partida contra o Paraguay poderiam aprender assistindo aos jogos do futebol feminino. Observando o nível de entrega física e o comprometimento que as meninas dedicam a suas equipes, traduzida na vontade com que disputam cada jogada. Como os bretões jogavam antigamente.
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