A interpretação que introduz o falso conceito de "maldição hereditária" precisa ser desmascarada
Dicionário de Strong |
A questão é tão absurda que fez por merecer um artigo próprio. Trata-se de um professor de teologia escrever um artigo se vangloriando de ter humilhado um aluno com seu conhecimento sobre um tal conceito de "maldição hereditária" supostamente contido no livro do Êxodo e de como este mestre deixou seu pupilo aparvalhado ao ser-lhe mostrada uma crassa contradição a este conceito no livro de Ezequiel. Incitado pelo espantalho criado pelo professor, o aluno passa a acreditar que há mesmo uma maldição hereditária sobre os hebreus ( e por extensão da interpretação sobre toda a humanidade) a partir da lei mosaica e entra num círculo vicioso de contradições ao tentar reinterpretar a citação de Ezequiel de modo que esta reafirme a suposta maldição do Êxodo.
Segue então a citação dos textos do Êxodo onde o alegado professor de teologia baseia seu equivoco hermenêutico:
Não te encurvarás a [imagens] nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. (Êxodo 20:5)
O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração. (Êxodo 34:6,7)
Os filhos pagarão pelos pecados dos pais?
Onde nestes textos se lê que "os filhos responderão pelos pecados dos pais" como quer a interpretação tacanha de um professor de teologia que usa de seu alegado conhecimento para tripudiar sobre a fé de seus alunos? Em lugar nenhum, está claro. Mas então o que realmente significa "visitar (hebraico pawkad' - nº 6485 do dicionário de Strong) a iniquidade dos pais sobre os filhos"? Significa apenas o que está escrito: que o Deus dos hebreus visitaria a iniquidade dos pais sobre os seus filhos.
Isso mesmo! Ao dar maus exemplos com o proceder errado (como adorar imagens no primeiro caso) os pais pecam contra seus filhos e esta "iniquidade dos pais sobre os filhos" não passaria despercebida ao julgamento do Deus. E se os filhos continuarem a pecar contra seus filhos a iniquidade deles também não será perdoada em cada geração que isso acontecer. A lei visa proteger aos filhos do proceder pecaminoso dos pais contra eles, por seus maus exemplos, ao contrário de penalizá-los pelo pecado dos pais.
A simples leitura do texto pelo que está escrito já tornaria desnecessária qualquer interpretação, se não tivesse sido distorcida pela arrogância do professor de teologia.
Assim vemos que Ezequiel concorda com o conceito explícito na lei de Moisés quando vaticina que cada um pagará pelo seu próprio erro:
Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?
Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. (Ezequiel 18:2,4)
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