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Política - Analfabetismo Democrático

Uma verdadeira reforma política deveria começar e terminar no indivíduo. Na forma como encaramos a política e as instituições


Cunha Festeja Vitória Junto com Baixo Clero da Câmara
  Cunha Festeja Vitória Junto com Baixo Clero da Câmara   

O sistema de Democracia Representativa que de fato nos governa foi empurrado goela abaixo por políticos que arbitraram que o povo é burro demais para se envolver nas questões administrativas e institucionais do governo. Levando em conta que muitas pessoas ao lerem este primeiro parágrafo não tenham a mínima ideia do que eu estou falando, devo admitir que eles tiveram uma certa medida de razão ao instituí-la. Democracia Representativa dita de uma maneira bem simplória para que todo mundo entenda é um sistema onde a única obrigação política do cidadão é escolher seus representantes pelo voto na época das eleições e a partir daí deixar todo o trabalho com os eleitos. Eles sim, entendem muito bem como funciona o jogo. E se não entendem vão aprender rápido, sob pena de serem engolidos por uma máquina bem azeitada, que está em movimento desde os idos de 1889.
Mesmo o dever cívico de escolher aqueles que nos representarão nas lides políticas é visto por muitos como um enfado, e volta e meia nos deparamos com movimentos que propõem o fim da obrigatoriedade de ter de votar nas eleições. Política definitivamente não um assunto que interesse a maioria do povo comum deste imenso Brasil. O que o analfabeto político não sabe é que o cacife para bancar o jogo tão bem jogado pelas raposas políticas é composto por este mesmo voto que ele menospreza. Já houve casos na história de um ou dois votos serem literalmente disputados no tapa por nossos ilustres parlamentares. Sinal de que o voto popular tem um valor que a maioria não compreende, seja por desinteresse ou pela má formação bancada pelos próprios políticos, que ao fim e ao meio são responsáveis pela educação que cada geração posterior receberá, já que somente eles podem opinar nestas questões.

 Precisamos estar inseridos no contexto político, sabedores do bem e do mal.

A rigor não há nada demais no modelo de democracia por representação, até pelo contrário. Muitos cientistas políticos, desses que se arvoram em saber tudo sobre política, num país onde ninguém sabe nada (e em terra de cegos, vocês sabem) tem decantado as grandes vantagens deste modelo sobre o da democracia participativa, ou semi direta, e da democracia deliberativa.

Neste ponto é bom esclarecer que instrumentos da democracia participativa foram timidamente inseridos na atual Constituição Federal (caso do Referendum, do Plebiscito e de uma improvável Iniciativa Popular estipulados no artigo 14) o que faz com que alguns analistas considerem o modelo brasileiro como sendo participativo. Ocorre que ao passar a responsabilidade política para seu representante pelo voto, o brasileiro outorga a ele também o direito de decidir em que circunstâncias seria necessária a aplicação destes dispositivos. E o representante eleito, legalmente constituído, evidentemente convencido de sua plena capacidade representativa, nunca levará a sério a ideia ou a necessidade de consultar ao povo sobre seus principais interesses.

Na prática, dado o desinteresse e a apatia politica oriundos da desinformação do eleitorado, que não vê a hora de se livrar do encargo de ter de votar, para então voltar às lides de seus interesses imediatos, o que vivemos no Brasil é um sistema  autocrático onde temos confrontadas duas legislações distintas. Uma para a sociedade em geral e outra que prioriza os interesses dos políticos no poder.  Um exemplo típico disso está na lei geral das aposentadorias proposta recentemente pelo Poder Executivo e aprovada pelo Legislativo, mas que em tudo difere do sistema de aposentadoria dos parlamentares, como se estes se sentissem acima da lei que rege a vida do povo comum.

O que esperar de uma reforma autocrática e egocêntrica?

Então que tipo de reforma política podemos esperar deste grupelho que aparelhou as instituições de modo a atenderem a interesses próprios e que relegam ao povo o pior que o Estado tem para oferecer? Nada além deste arremedo de reforma que não reformula e mantém tudo como dantes. Está claro que eles não vão mudar nada num sistema que foi pensado e posto em prática com o fim precípuo de lhes favorecer. Eles querem é mais do mesmo. E se tiver que mudar alguma coisa, que se mude para melhor. Melhor para eles, evidentemente.

Uma reforma política de verdade teria de alterar itens da Constituição que foram pensados originariamente para favorecer o modelo descrito acima. Mas quem quer de fato mudar a Constituição? Eu ou vocês? Ora, nós não podemos. Nós deliberamos pelo voto que apenas nossos representantes eleitos tem este direito legal. Democracia Representativa lembram? E por que eles mudariam uma Constituição que os favorece? A Constituição não foi feita para o povo meus caros. O povo não lê a Constituição. Não temos a mínima ideia do todo estipulado nela de cabo a rabo. Não fosse por algum político insatisfeito que trás a público algum artigo Constitucional com a finalidade única de chantagear seus opositores, mas que desiste de levar adiante qualquer proposta séria tão logo seus interesses sejam atendidos, e a maioria de nós nunca saberia o que está escrito em nossa Carta Magna.

E é neste pé que nos encontramos. Um povo insatisfeito mas ignorante, que sai às ruas para clamar por direitos que nem tem certeza se são legítimos à luz da Lei Magna que rege as relações do povo com o governo. E uma casta política que se ri cinicamente de nossos arroubos democráticos, que eles sabem, não vão dar em nada.
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