O ser humano é o bicho!
Um homem entra na casa de sua ex-mulher brandindo uma moto serra ligada. Parece cena de um filme "trash horror", mas aconteceu recentemente na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. O mais inusitado deste caso é a propensa vítima escolhida por ele. O próprio filho de oito anos. O motivo alegado? Queria fazer a ex-mulher sofrer pela perda do filho.
O menino neste caso teve melhor sorte do que o outro que foi sequestrado por uma manicure no estado do Rio de Janeiro. Diferentemente da menina jogada pela janela de um prédio pelo próprio pai em São Paulo, o garoto de Gramado foi salvo pela ação heroica do padrasto.
Enquanto isso, segue a moda dos estupros coletivos na Índia, agora copiados por brasileiros no Rio de Janeiro. E se espalham pelo mundo as advertências quanto ao cuidado de não se optar por vans ou combis como meio de transporte nos dois lugares. No ônibus fico horrorizado com o comentário de um distinto cavalheiro ao ler a notícia da prisão e posterior reconhecimento dos agressores dos turistas no Rio de Janeiro: "Deram mole. Deviam ter matado os dois".
Em Goiânia moradores de rua, entre homens, mulheres e crianças, tem sido assassinados durante a madrugada, enquanto dormem, e existe a suspeita ainda não confirmada da participação de policiais nas ações de extermínio. Nenhuma novidade. Extermínio de moradores de rua já foi notícia em Maceió e no Rio de Janeiro. Pesquisas dão conta de que trezentos e quatro moradores de rua foram executados em todo o Brasil só nos primeiros seis meses do ano passado.
Recentemente um jovem estudante de engenharia sentindo-se contrariado em sua vontade achou-se no direito de agredir o motorista do coletivo em que viajava quando este cruzava um viaduto causando a queda do veículo e a consequente morte de sete passageiros. Chama a atenção que um futuro engenheiro não tenha calculado o resultado de seu destempero. As pessoas parecem não se preocupar com as consequências de seus atos desde que atinjam seus objetivos.
Diariamente explodem nos noticiários casos de violência seguidos de morte. Tantos que já começam a ser vistos como corriqueiros. As pessoas, como que entorpecidas pela repetição das notícias, parecem nem se dar conta das barbaridades cometidas diariamente por seres humanos contra a própria espécie, pelos motivos mais torpes.
Não se tratam de casos isolados de violência contra crianças, ou apenas contra mulheres, ou negros, ou homossexuais, nem idosos, ou só contra pobres como querem nos fazer crer os órgãos noticiosos que insistem em classificar os atos de violência em nichos específicos da sociedade. Na realidade as notícias diárias dão conta da constante e crescente violência do ser humano contra o ser humano.
Na natureza, contrariando a tese da sobrevivência do mais forte defendida pelos teóricos da biologia, os mais fortes tendem instintivamente a proteger os mais fracos em prol da sobrevivência geral da espécie. Somente o ser humano é capaz de atacar conscientemente aos seres da própria espécie tendo como motivação principal a demonstração de força em relação aos demais.
As vítimas deste comportamento podem ser qualquer ser humano que aparente fraqueza perante a truculência dos agressores. O ser humano que teoricamente deveria figurar entre os animais gregários em qualquer classificação são egoístas por natureza. E no afã de atender as demandas individualistas pela imposição de seus anseios pessoais deixam de considerar preceitos básicos da sobrevivência social como laços familiares, respeito ao próximo, interdependência e solidariedade.
O ser humano é o bicho!
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