Governo resolve censurar peça publicitária com Gisele Bündchen
Está começando a ficar perigosa a ingerência do governo nos assuntos relacionados a livre expressão das empresas de marketing e propaganda. Se o caso da Gisele Bündchen fosse um fato isolado, seria apenas mais uma bola fora de um governo que não entende os limites de sua atuação. Mas, se juntarmos este caso à recente tentativa de tirar do ar aos "Pôneis Malditos" da Nissan, o caso toma contornos preocupantes.
Ora, o fato é que, uma propaganda será tão bem sucedida quanto for capaz de angariar a aprovação de seu público alvo, neste caso as mulheres. E se a mensagem não agradar ao público, o produto será rejeitado pela população, remanescendo nas prateleiras.
O governo, mais do que preocupado com a reação de seus cidadãos diante desta ou daquela mensagem, está usando de sua autoridade para decidir o que eles podem ou não podem ver. Mas, quando o governo demonstra não confiar na capacidade de discernimento de seus cidadãos abre precendentes de proporções incalculáveis, na medida em que põe em dúvida as bases da democracia. Afinal é na capacidade de discernimento do cidadão que baseamos as eleições democráticas aos nossos mandatários. E se o governo se arvorar em decidir que os cidadãos não são capazes de discernir entre o aceitável e o reprovável, entre o certo e o errado, pode resolver vedar-lhe também este direito. Porque, em última instância, é isto que está acontecendo no caso das propagandas.
A aceitação ou a rejeição do público deveria ser entendida como a melhor forma de regulação da propaganda, salvo os casos em que haja flagrante desrespeito às leis vigentes. Mas o governo tem a pretensão de saber por antecipação qual será a reação da população em geral, impedindo com a proibição da veiculação da peça publicitaria, que o povo possa emitir sua opinião na forma da aquisição ou do desprezo à marca assim veiculada.
Em contrapartida, a Hope agradece a deferência. Pois é de conhecimento público que as vendas da Nissan aumentaram consideravelmente, desde que os órgãos de regulação passaram a implicar com a veiculação da peça sobre os Pôneis Malditos.
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