A falsa premissa da salvação da humanidade pela antecipação forçada e consciente de uma seleção supostamente natural em favor da raça pura e suas nefastas consequências.
Volta e meia se comenta o holocausto nazista para se referir a um horror há muito distante contra o qual fomos vacinados na experiência traumática quando Hitler confrontou o ser humano com suas piores virtudes. Nós não somos como ele. Jamais seríamos capazes de apoiar as ideias surgidas naquela mente doentia. No entanto, quando olhamos para a história sob esta perspectiva reducionista, esquecemos de observar que Hitler seria incapaz de fazer o que fez sozinho. A premissa da salvação da humanidade pela antecipação forçada e consciente de uma seleção supostamente natural em favor de uma raça mais habilitada a sobreviver num mundo em constante evolução, calou fundo na mente daqueles que seguiram e apoiaram incondicionalmente ao ideal de Hitler. Infelizmente um olhar agudo aos acontecimentos recentes nos mostra que aquele ideal não morreu quando seu fomentador suicidou.
Citação ao Brasil como exemplo negativo
Substituam apenas os judeus pelos mulçumanos no ideário propagado por Hitler e teremos em essência uma cópia do manifesto publicado por Anders Breivik, que executou a mais chocante chacina da história recente da Noruega. Está tudo lá. A mesma ideia de um um reino superior europeu sobre toda a humanidade, orientado para a perpetuação da espécie através da seleção artificial dos mesmos arianos, os mais bonitos, mais fortes e, claro, os únicos inteligentes do mundo, tidos tanto por Hitler, como por Breivik, como o ápice da evolução da humanidade, A mesma crítica racista contra a tolerância europeia à suposta corrupção de seu valores morais causada pela miscigenação racial. Andres até cita o Brasil como exemplo negativo do que pode suceder a Europa a continuar-se com esta aludida permissividade (sic).
Breivick justificou seu ato hediondo dizendo aos jornalistas que queria apenas chamar a atenção para "este perigo iminente". E conclamar a sociedade a frear por todos os meios a alegada degradação européia. Ao passo que tantos de nossos jovens com menos de trinta anos tem morrido aparentemente sem uma causa que dê sentido às suas vidas, outros tão jovens quanto tem abraçado causas equivocadas em seu cerne para se dispor a matar outros seres humanos. Uma disposição preocupante, quando observamos que as ideias seguidas e propagadas por Breivik tem encontrado respaldo entre vários seguimentos da juventude, muito em virtude de alegações pseudo científicas usadas para justificá-las.
"A 'Lógica' e o pensamento racionalista devem ser o fundamento de nossas sociedades."
Andrei Breivik, no livro-manifesto "2083 - Uma Declaração de Independência Europeia"
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